E se…

Ele me pediu pra falar. Raiva. Você que trouxe. Não.
Ele gritava mentiras de verdades que eu tinha deixado lá. Até parece.
Ele ponderava cenários. Errado. Ele via outros ângulos. Perspectiva.
Ele agia pra enrolar o que eu desenrolava. E enrolava mais.
E projetava coisas. Dele. Dela. Deles. Eles sempre projetam, transferem. Não tem jeito em se tratando de humanos, eu sei. Mas ainda assim…

Ele falava em conflito. Em desejo e consciência. Numa guerra eterna entre a natureza que se avista em árvores ancestrais. Potentes. Fálicas. Cruas. Versus os homens que as cortam, podando-as. Em andaimes tão altos quanto o coração. Natureza e sociedade. Eles as cortam. Eles te cortam.

E se…
Eu não quero saber de “e ses”. Eles não são científicos.
E se…
Já disse que não.
Insiste. Eu corto, corto, corto. Falo, mas corto. Me finco, me calo. Viajo, divago. Existem coisas que não se resolvem até você olhar pra elas e falar “e aí?”. Eu falo “e aí”, mas já tenho outras respostas. Calcificação que chama. Sonhos que te desconstroem. E mais não falam. Nem se decifram sozinhos.

E se…
Também, com medo da rejeição, rejeitou. Feito você. Reflita. Deu. De novo? Ideias pré-concebidas. Eu não sou eles, eu sou diferente.

E se…
A natureza estava soltando o alarme que os homens me falaram pra não ouvir. Você não. Eu tenho que ouvir? Rejeitar? Voltar? Voar? O sonho não diz. O mundo vai cair.

E se…
E se nada!
Me diz então. De verdade. Qual era a alternativa entre o embaixo da terra, a estrada da mediocridade e carro vermelho do desconhecido?
Preferi me calar. Até porque eu já estava cansado daquele lero-lero. Dessa vez, minha voz não virou a dele.
Pra semana que vem…
Não.
Tchau.

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