O Fausto do Blues

O som do blues ecoava nos corredores vazios do hotel. Sentado na ponta da cama do quarto 201, o jovem Andrei Johnson deslizava displicentemente os dedos pelas cordas do violão em uma melodia triste e desafinada.

Depois de quatro canções, murmuradas com uma voz tipicamente trêmula, alguém surgiu na porta.

Era um homem elegantemente vestido de preto portando uma bengala feita de mogno. Olhos brilhantes, chifre saliente e rosto encantadoramente sedutor. Bastou um rápido olhar para que Johnson percebesse que aquela criatura não era desse mundo.

Após um breve diálogo e um aperto de mão, o homem desapareceu como fumaça. Andrei Johnson soltou um longo suspiro, colocou o violão nas costas, fechou a porta do hotel e saiu para a rua. Sentiu o peso do talento crescendo em suas mãos enquanto as cordas vocais se insuflavam de energia.

Desceu a rua sorrindo. O acordo estava feito. Mr. Johnson já era um bluesman.

 

20 de julho de 2012

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